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sábado, 30 de abril de 2011

Sessão Português - Literatura : Trovadorismo

                    
 O início das chamadas literaturas de línguas modernas ocorre com a produção dos poetas da Idade Média, conhecidos como trovadores. O termo trovador origina-se de trobadour, que significava “achar”, “encontrar”. Cabia ao poeta “encontrar” a música e adequá-la aos versos. Neste período as composições eram basicamente compostas para serem cantadas ao som de instrumentos como a lira, a cítara, harpa ou viola, daí serem chamadas de cantigas.                                                  

Os artistas medievais eram classificados em:
Trovador– geralmente nobre, possuidor de uma cultura
erudita, não recebia por suas composições;
Jogral– compositor, saltimbanco ou ator que recebia por suas
Apresentações.
Segrel – fidalgo decaído que apresentava-se nas cortes, em
troca de dinheiro, juntamente com seu jogral. Pode ser
considerado um trovador profissional;
• Menestrel – artista que servia a uma determinada corte;
• Jogralesa ou soldadeira– moça que acompanhava os artistas
dançando, cantando e tocando castanholas.
O primeiro texto literário português que se tem registro é a “Cantiga da Guarvaia” ou “Cantiga da Ribeirinha” (1189 ou 1198), cantiga de amor de autoria de Paio Soares de Taveirós.

Duas espécies principais apresentava a poesia trovadoresca: a lírico-amorosa e a satírica. A primeira divide-se em cantiga de amor e cantiga de amigo; a segunda, em cantiga de escárnio e cantiga de maldizer. O idioma empregado era o galego-português
Nas Cantigas de Amor, de origem provençal (Provença região sul da França), o trovador, posicionando-se num plano inferior – como um vassalo, canta o sofrimento pelo amor não correspondido e as qualidades de uma mulher idealizada e inatingível, a quem chama de “mia senhor”,  coita d' amor.
 
“Senhor fremosa, pois me non queredes
creer a coita en que me tem amor,
por meu mal é que tan bem parecedes
por meu mal vos filhei por senhor
e por meu mal tan muito bem oí

Originárias da Península Ibérica, as Cantigas de Amigo apresentam um eu-lírico feminino, embora fossem produzidas por homens. Nelas a mulher canta a ausência do“amigo” que está afastado, possui refrões e também o leixa pren que são os versos repetidos com apenas alguma palavra trocada.
 
“Ondas do mar de Vigo,
se vistes meu amigo!
e ai deus, se verrá cedo!
Ondas do mar levado,
se vistes meu amado!
e ai Deus, se verrá cedo!
Se vistes meu amigo,
o por que eu sospiro!
e ai Deus, se verrá cedo!...”

Produzidas com o objetivo de satirizar as pessoas e os costumes da época, as Cantigas de Escárnio continham uma sátira indireta, marcada por ambigüidades e sutilezas, dificultando a identificação da pessoa atacada.
 
“Ua dona, nom digu’eu qual,
non agoirou ogano mal
polas oitavas de Natal:
ia por as missa oir
e ouv’un corvo carnaçal,
e non quis da casa sair...”

Já as Cantigas de Maldizer continham ataques diretos, sem a preocupação de ocultar a identidade da pessoa satirizada, apresentando muitas vezes expressões de baixo nível e obscenidades (palavrões).

“Ai, don fea! Fostes-vos queixar
porque vos nunca louv’en meu trobar;
mais ora quero fazer un cantar
en que vos loarei toda via;
e vedes como vos quero loar:
dona fea, velha e sandía...”

 
 PROSA
A prosa medieval, posterior à poesia, é representada basicamente pelas novelas de cavalaria, narrativas de cunho cavaleiresco e religioso que contavam as aventuras de grandes reis e seus cavaleiros. Destacam-se entre elas a História de Merlim,José de Arimatéia e a
Demanda do Santo Graal. Havia também outros textos em prosa, assim
divididos:
Hagiografias – biografia de santos
Livros de Linhagensou Nobiliários– relatos genealógicos de
famílias nobres
Cronicões realeza falando sobre dinastias

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